O QUE PODE SER MAIOR DO QUE ISTO???

Definitivamente, o importante não me parece ser a discussão política partidária. Ser de esquerda? um socialista? que defende as necessidades de uma civilização que precisa se libertar do jugo do capitalismo, não só por opção ideológica como pela capacidade de observar, sem a necessidade de tanta intelectualização a respeito de uma visão gritante da realidade,  que a humanidade, tornada escrava de meia dúzia de espertalhões, ainda não tenha descoberto a saída para se libertar desse jugo ou jogo? É claro que é tudo o que se quer. Tem-se pendido sempre pelo partido que se pretenda seguidor deste pensamento, ainda que tropecem em seus propósitos entre acertos e desacertos, ou mais verdadeiramente, pela beligerância dos algozes. Chega uma hora, entretanto,  em que não é mais possível se trancafiar na conduta partidária, e assumir as exigências da realidade, optando pelo caminho mais convincente  da transformação, para se chegar ao ponto desejado, afinando-se principalmente ao Novo que se insurja contra os malefícios causados por equívocos passados, sob pena de, por manter a aparência de fidelidade ao que não evolui, se estancar diante do progressivo movimento da transformação, na busca da salvação da espécie. Toda e qualquer ilação que se possa extrair dos erros ou feitos do passado só servirão para bloquear esse movimento, e demonstrar até que ponto nos falta criatividade para construir novos valores e conceitos e programas e caminhos e o cacete, no sentido objetivo de tirar a humanidade do caos em que se encontra. Temos que esquecer as siglas, os conceitos retrógrados ou impraticáveis, impostos por procedimentos que não se afinam com este momento impar de nossas vidas. Os filósofos, os ideólogos, políticos, fazedores de opinião, os governos etc, hoje, estão aquém das massas. Elas  partem para o delírio da libertação ao encontro de outros valores que não sejam elocubrados pelo intelecto, porque o exemplo dessa apologia embaralhada, vomitada pela história não foi capaz de ajuda-los a encontrar a salvação. Partem às escuras, sem ter no que se apoiar, como a procura de um milagre que as faça chegar à luz desejada da tranquilidade, da igualdade, da verdade mutável em função do movimento de rotação da existência, exigindo a total criatividade e o descompromisso com o achado, a desafiar sua  inventividade, o inusitado, a felicidade de viver sem limites, ao encontro de um Nirvana em que não hajam desigualdades. Vão quebrar a cara? Provavelmente sim, e isto ja aconteceu numa primeira instância. pela covardia das armas. Mas nesta segunda investida já estão vestidos de sua força coletiva e organizados organicamente, conscientes e determinados pela descoberta da força de sua união, trazendo esse pião na fieira  para contemplar o doce movimento de sua nação, em suas próprias mãos. E se não quer tomar partido A,B,ou C, é porque quer refazer um país PARTIDO. Chega dessa balela de que não há objetivo. Em cinco minutos se expõe no papel as suas reivindicações na hora necessária. Isto é o de menos. Qualquer brasileiro é capaz de enumera-los. O que não é fácil é de um dia para o outro se ter uma mobilização de milhões de cidadãos descontentes ganhando as ruas de todo o país empunhando a mesma bandeira. O que pode ser maior do que isto???

Desculpem-me os analistas políticos a apreciação que faz dos atuais movimentos, um modesto trabalhador do sentimento de seu povo.

Sergio Ricardo